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terça-feira, 1 de março de 2016

Nova crônica: Não “tá” tranquilo nem favorável.

          No caminho de casa vindo do trabalho me deparei com uma cena deprimente e comum na periferia da minha cidade e de qualquer outra em nosso país. Nesta cena eu vi um garoto sentado em uma pilha de tijolos na calçada de uma construção há tempos paralisada.
         Você deve estar se perguntando: “O que há de deprimente?” Penso que aquele rapaz não deveria estar ali. Com aquela aparência tão repetida entre aqueles garotos que estão ao nosso redor àqueles trajes que parecem um “cyclone” de cores, lateral da cabeça raspada e um olhar entorpecido.
            Talvez o mundo onde vivemos tenha o oportunizado esta vida a aquele rapaz e a tantos outros. A minha infelicidade é tão grande quanto a minha indignação de saber que esta cena é frequente.
            Nossos jovens têm passado cada vez mais seus dias da mesma maneira, agindo como Zombies durante grande parte do dia, frequentando escolas desprovidas de recursos e investimentos por poucas horas e a vida toda dando murros em ponta de faca.
               Neste baile que o enorme “fluxo” de jovens têm bailado perdem-se não só perspectivas, mas também vidas que são deixadas na pista por vezes pelas mãos daqueles que deveriam nos proteger e em outras vezes pelas mãos de seus pares. Nesta pista onde o ritmo repetitivo e carente de mensagem toca em altos volumes vidas são concebidas sem qualquer tipo de estrutura para recebê-la, mas ainda sim são comemoradas como dádivas do senhor, milagres da vida que logo estarão largadas a própria sorte. Não porque tem culpa de algo, mas porque estão entregues em mãos que não tem muito mais idade que elas.
              A que interessa tal situação? Um bando de meninos incapazes de lidar com a vida, incapazes de dizer: Não! E analfabetos desempregados. Meninas mães de outas meninas e meninos. Será que a culpa é da mídia? Das famílias? Das multiplicadas religiões? Ou nossa?
             Independente de julgarmos um culpado devemos aprender que a solução é um dever de todos e um trabalho para cada um, pois neste “passinho” que nossos jovens têm marchado eles serão levados a uma situação que certamente não “tá” tranquila nem favorável.