No caminho de casa vindo do trabalho me deparei com uma cena
deprimente e comum na periferia da minha cidade e de qualquer outra em nosso
país. Nesta cena eu vi um garoto sentado em uma pilha de tijolos na calçada de
uma construção há tempos paralisada.
Você deve estar se perguntando: “O que há de deprimente?”
Penso que aquele rapaz não deveria estar ali. Com aquela aparência tão repetida
entre aqueles garotos que estão ao nosso redor àqueles trajes que parecem um “cyclone”
de cores, lateral da cabeça raspada e um olhar entorpecido.
Talvez o mundo onde vivemos tenha o oportunizado esta vida a aquele rapaz e a tantos outros. A minha infelicidade é tão grande quanto a minha indignação de saber que esta cena é frequente.
Talvez o mundo onde vivemos tenha o oportunizado esta vida a aquele rapaz e a tantos outros. A minha infelicidade é tão grande quanto a minha indignação de saber que esta cena é frequente.
Nossos jovens têm passado cada vez mais seus dias da mesma
maneira, agindo como Zombies durante grande parte do dia, frequentando escolas
desprovidas de recursos e investimentos por poucas horas e a vida toda dando
murros em ponta de faca.
Neste baile que o enorme “fluxo” de jovens têm bailado
perdem-se não só perspectivas, mas também vidas que são deixadas na pista por
vezes pelas mãos daqueles que deveriam nos proteger e em outras vezes pelas mãos
de seus pares. Nesta pista onde o ritmo repetitivo e carente de mensagem toca
em altos volumes vidas são concebidas sem qualquer tipo de estrutura para
recebê-la, mas ainda sim são comemoradas como dádivas do senhor, milagres da
vida que logo estarão largadas a própria sorte. Não porque tem culpa de algo,
mas porque estão entregues em mãos que não tem muito mais idade que elas.
A que interessa tal situação? Um bando de meninos incapazes
de lidar com a vida, incapazes de dizer: Não! E analfabetos desempregados. Meninas
mães de outas meninas e meninos. Será que a culpa é da mídia? Das famílias? Das
multiplicadas religiões? Ou nossa?
Independente de julgarmos um culpado devemos aprender que a
solução é um dever de todos e um trabalho para cada um, pois neste “passinho”
que nossos jovens têm marchado eles serão levados a uma situação que certamente
não “tá” tranquila nem favorável.