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segunda-feira, 28 de maio de 2012

Resenha do filme Dragão Vermelho por Thalles Lozano 3º EMA 2012.

Aos comandos de um Dragão Vermelho

            Em ‘’Dragão Vermelho’’, Hannibal Lecter volta como coadjuvante de luxo. Inteligência, classe, perspicácia e frieza acompanham o Dr. Lecter do começo ao fim, no mais empolgante filme da Quadrilogia ‘’Hannibal’’.

              ‘’Nossas cicatrizes têm o poder de nos lembrar que o passado foi real’’. É assim que Hannibal Lecter encerra o terceiro filme da Quadrilogia que leva o seu nome, mostrando-nos mais uma vez o poder de nossas mentes em ‘’Dragão Vermelho’’ (Red Dragon – 2002). Hannibal, interpretado brilhantemente por Anthony Hopkins – vencedor do Oscar de ‘’Melhor Ator’’ em 1991, interpretando o próprio Hannibal – aparece como coadjuvante, se é que podemos chamá-lo assim. Aparecendo pontualmente em conversas com o seu ex-parceiro de FBI, o agente Will Graham (Edward Norton), recebemos mais uma amostra de sua frieza e do seu poder de manipulação, já mostrada antes em O Silêncio dos Inocentes, quando seu foco era a jovem agente do FBI Clarice Starling. O romance escrito por Thomas Harris – que já havia recebido uma adaptação às telonas em Manhunter (1986) – é dirigido por Brett Ratner, que até então só havia dirigido filmes com gêneros totalmente opostos ao de ‘’Dragão Vermelho’’, causando certa tensão entre os fãs da quadrilogia. Porém, com uma história tão bem elaborada por Thomas Harris e com um elenco composto por Hopkins, Edward Norton (O Incrível Hulk e As Duas Faces de um Crime), Ralph Fiennes (O Morro dos Ventos Uivantes e mais tarde como o vilão da série Harry Potter, Lord Voldemort) dando vida ao serial killer que dá nome ao filme e Emily Watson (Ondas do Destino) interpretando uma deficiente visual, Reba McClane, Dragão Vermelho não deixou a desejar e foi considerado por muitos um dos melhores filmes do gênero.

                      O filme inicia-se mostrando-nos como Hannibal ‘’The Cannibal’’ Lecter é preso. Porém, esse não é o foco do filme, pois a prisão do ‘’psicólogo-psicopata’’ é mostrada logo nos primeiros minutos. Tentando entender o perfil de um serial killer, o agente Will Graham procura ajuda de Lecter, que é flagrado por Graham como sendo esse serial. Em uma batalha que termina na ‘’quase-morte’’ de ambos, Lecter é preso e Graham decide se aposentar para ficar com sua família. Anos mais tarde, Graham é procurado novamente por Crawford, seu antigo superior do FBI, para resolver um caso que parecia insolúvel até então. Precisando desesperadamente da ajuda de Will, Crawford convence-o a deixar sua família e juntos eles tentam descobrir como funciona a mente do mais novo assassino da cidade, conhecido como ‘’Fada dos Dentes’’ devido ao macabro costume de deixar impressões dentárias no corpo de suas vítimas. Crawford, Graham e todo o FBI procuram achar a conexão entre os crimes da ‘’Fada dos Dentes’’ e descobrir qual o perfil das famílias que ele costuma atacar. Porém, já sem recursos, Graham apela para a ajuda de Hannibal Lecter, seu melhor parceiro em um passado recente e a única pessoa que, como ele, consegue compreender a lógica da mente de um criminoso. Lecter se mostra interessado no perfil do seu possível concorrente e durante todo o filme, vemos cenas de Graham e Lecter juntos, em conversas destacadas por conter jogos psicológicos feitos por Lecter. O que Graham não sabe é que Lecter não está ajudando-o apenas... Ao mesmo tempo em que passa informações minuciosas sobre a Fada dos Dentes, que mais tarde viria a ser conhecido como Dragão Vermelho, Hannibal passa informações sobre a família de Will Graham para Francis Dolarhyde, o próprio Dragão Vermelho. O desfecho do filme é sensacional, causando frisson em todos aqueles que apreciam filmes que contém suspense do começo ao fim.

                     O ‘’Dragão Vermelho’’ é destacado por nos apresentar diferentes perfis psicológicos durante todo o seu enredo. Do começo ao fim, ficamos intrigados com a astúcia, inteligência e classe de Lecter, um dos piores serial killers da história do cinema, e passamos também a admirá-lo. Francis Dolarhyde, o Dragão Vermelho, sofreu traumas em sua infância, assim como Lecter, e tornou-se um monstro. Porém, no filme, vemos que um velho ditado entra em jogo: ‘’Os brutos também amam’’. Ao conhecer a deficiente visual Reba McClane, Dolarhyde cria uma batalha consigo mesmo, o que faz com que ele cometa algumas falhas, mostrando assim, o seu lado humano. Will Graham, homem íntegro, principal agente do FBI, aposentado após prender Lecter e quase morrer, também cria uma batalha consigo mesmo, após ter que escolher entre a paz que sua nova vida proporciona-lhe e seu velho hábito de solucionar casos insolúveis, salvando a vida de milhares de pessoas. E temos também Reba, que se mostra capaz de fazer com que o lado humano, antes não existente em Dolarhyde, entre em conflito com o seu lado cruel. Ajudar Graham ou passar informações a Dolarhyde? Ficar com sua família ou voltar à ativa, salvar vidas e prender os mais diversos assassinos? Matar Reba ou poupar-lhe a vida, como nunca havia feito antes? São dúvidas que encontramos do começo ao fim em ‘’Dragão Vermelho’’, um suspense clássico, cheio de reviravoltas, com personagens diferentes, cativantes e repugnantes ao mesmo tempo e histórias que farão você querer acompanhar a quadrilogia do sádico Hannibal Lecter, o vilão mais inteligente e classudo que já vimos na história do cinema.

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