Os índios são povos primitivos que vivem até hoje em diversas partes do planeta.
Só no Brasil, atualmente existem cerca de 280.000 índios, ocupam 12% de todo território nacional.
Na década de 70 quase entraram em extinção, mais hoje por que incrível que pareça a população indígena está aumentando.
Os índios brasileiros sobrevivem utilizando recursos naturais. Eles caçam, plantam, pescam e produzem os instrumentos necessários para essas atividades, eles tiram seu sustento da terra.
Os índios mais velhos são mais respeitados, por terem maior experiência de vida, eles utilizam as ervas para fazer medicamentos, vivem em aldeias e são comandados por chefes como cacique ou pajé.
Em uma tribo da Amazônia chamada Kayapó, os índios viviam felizes, contentes com a vida que levavam.
Mas um indiozinho se destacava...
Tiguiça não se contentava com a vida que levava, ele era diferente, pretendia estudar, trabalhar, se tornar uma pessoa comum entre os homens brancos.
Todas as vezes que os médicos da FUNAI (fundação nacional do índio) iam à tribo medicar os índios, Tiguiça fazia perguntas sobre eles, era curioso, queria saber para que servia, como era feito, etc.
Um belo dia enquanto brincava na mata, Tiguiça observou que os médicos estavam voltando, e dentre eles havia um menino da idade dele.
Tiguiça correu feliz, adorava a visita dos médicos, quando chegou à tribo, fez amizade com Leonardo que era sobrinho de Marcos, um enfermeiro.
Leonardo também era muito curioso e queria aprender sobre a cultura indígena.
Eles viraram grandes amigos, Leonardo contava para Tiguiça tudo sobre a cidade grande, enquanto Tiguiça contava para Leonardo tudo sobre os índios.
Ao ver Leonardo com aparelhos eletrônicos, Tiguiça começou a se interessar ainda mais pela cidade grande e pelas oportunidades que ela oferecia, Leonardo mostrava imagens de prédios, carros, contava histórias, tudo despertava a curiosidade de Tiguiça, ele estudava muito, para trabalhar na cidade, Marcos tio de Leonardo, trazia livros de todos os tipos para Tiguiça que cada vez mais estudava para conseguir realizar seu sonho.
Passaram-se anos e a cada dia o sonho de conhecer o mundo fora da tribo, aumentava muito mais.
Tiguiça completou 14 anos e como de costume indígena, passou por um teste e uma cerimônia para ingressar na vida adulta.
Nesse período Leonardo voltou à tribo e convidou Tiguiça para dar um passeio na cidade grande.
Ao ouvir aquele convite, Tiguiça começou a pular de alegria, afinal seu maior sonho estava prestes a se realizar.
Foram 8 horas de vôo da Amazônia até São Paulo, a cada instante algo novo o surpreendia: Como poderia falar com outra pessoa através de uma caixinha? Como um "pássaro" tão grande daquele, não caia do céu?
Ele já havia lido vários livros, mas nunca pensara que seria daquele jeito!
Tiguiça estava tão feliz com tudo aquilo que nem se dava conta do quanto estava longe de casa.
A hora tão esperada finalmente chegou, Tiguiça estava na cidade grande, era um sonho que estava sendo realizado, ficou maravilhado com tudo aquilo, mas no meio de toda aquela confusão ele se separou de Leonardo e acabou se perdendo.
Ele não ficou preocupado, pois sabia guiar muito bem na mata, mas ali era tudo diferente, ele não conhecia nada, resolveu andar um pouco, no caminho, viu um homem mal-vestido, todo sujo, deitado no chão, ficou confuso, mais decidiu continuar, quando viu uma mulher brigando e gritando com um homem e ela deu um tapa no rosto do homem, não precisou andar muito para ver um motoqueiro entrando dentro de um poste e morrendo.
Começou a ficar com medo daquele lugar desconhecido, achou que não era prudente ficar andando e se sentou em uma praça, foi quando se lembrou do celular que Leonardo havia lhe dado, tirou do bolso, mas mal discou um número e um moleque de esquete passou e roubou o celular.
Foi ai que Tiguiça parou e pensou, o que houve com a paisagem, com e generosidade, com o lado bom dos seres humanos, onde ficou as histórias que Leonardo havia contado para ele? Cadê? Sumiu! Ou será que nunca existiram?
Nesse momento Tiguiça olhou para o lado e viu Leonardo correndo em sua direção e disse:
-Leonardo, eu quero ir embora! Chega disso, loucura, carros, buzinas, trânsito, stress, depressão, poluição, violência, ignorância, brigas, assaltos, correria, chega!, Esse não é o meu lugar! O meu lugar é na floresta, na mata, defendendo a natureza e os animais!
Sinceramente, vocês da cidade grande, não sabem o que é amor, respeito e paz. Eu quero ir embora desse lugar!
Leonardo compreendeu Tiguiça, pois pensava a mesma coisa.
Tiguiça voltou para a tribo Kayapó e contou para todos sua incrível aventura, e aprendeu que o seu lugar sempre foi e sempre será a floresta, não adianta querer mudar, você pode até querer conhecer outras coisas, outros lugares, mas cada um tem uma cultura diferente e uns tem que respeitar a dos outros e assim a tribo Kayapó viveu feliz para sempre na Amazônia.
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